
O Sublime encanto da imaginação
Entre as coisas capazes de produzir um verdadeiro encantamento em nós, adultos, está observar uma criança abraçando sua boneca com carinho, ouvindo-a dizer coisas que somente um coração de mãe sabe expressar:
- Não chore, filhinha, a mamãe está aqui e vai cuidar de você...
O que uma cena como esta nos sugere?
Há na criança, desde pequenininha, notável capacidade de registrar e reproduzir situações de sua vivência diária. Nos primeiros anos da infância, algumas faculdades da inteligência se destacam, por sua preponderância sobre as demais: a memória, a observação e a imaginação. Imaginação significa imagens em ação. Imaginar é, pois, um recurso precioso da mente humana, que não poucos estudiosos, escritores, pais e educadores identificaram, louvaram, usaram – e usam – para se adequarem ao gosto infantil.
Para a criança, a imaginação é sua lâmpada de Aladim, sua vara de condão ou seu superpoder, que faz abrir as portas de um mundo onde tudo obedece ao menor movimento de seus sentimentos, de sua vontade ou de seus caprichos. Ali tudo pode acontecer. Com esse poder, a criança afasta-se habilmente da realidade, protegendo-se de situações que sua incipiente razão ainda não pode discernir ou compreender.
A Pedagogia Logosófica expressa que a imaginação tem, na infância, uma função protetora. Essa função permite que a criança vá, paulatinamente, se adaptando ao mundo, desde o seu nascimento até o momento em que os primeiros movimentos de seu entendimento e de sua razão – com o auxílio dos conhecimentos que vai adquirindo – possam dar à sua mente incipiente condições para compreender o mundo e as coisas que a rodeiam.
Tal realidade deve inspirar, no adulto que a acompanha, o respeito que merece tudo aquilo que Deus criou e estabeleceu como sendo o processo natural de um crescimento sadio. Interferências nesse processo, introduzindo imagens contrárias à pureza de tudo que povoa o mundo infantil, podem desvirtuar o poder que, em princípio, protege e ampara a criança em todos os momentos de sua vida.
O conhecimento da configuração da mente infantil permite aos adultos, sejam pais ou professores, selecionar as imagens a serem oferecidas à criança e, mais ainda, respeitar o seu pequeno mundo particular, não introduzindo nele elementos estranhos à sua vida cotidiana, natural, sem artifícios.
O acompanhamento amoroso e atento dessa ação educativa permite que, no decorrer dos anos da infância e adolescência, vá surgindo o indivíduo capaz de pensar por si mesmo, e de criar, com base em elementos reais, as condições de uma vida equilibrada, tendo todo o seu potencial mental e sensível apto para torna-lo um ser humano útil à sociedade e ao mundo.
*Para desfrutar do sublime encanto da imaginação com as suas crianças, sugerimos o livro “João do Urso Filho”. Você vai se encantar com as aventuras de João em seu quintal!
Por Gizella Yamara de Oliveira Almeida
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